terça-feira, 9 de outubro de 2012

Mais um texto

Saindo direto da fornalha da amargura, cá estou uma vez mais! Cheers!

O Mundo-Bolha das Máscaras

O que eu queria pra nós não é o banal e o concreto. Não quero nem mesmo o correto. Quero tudo que é desvio do padrão. Quero olhar pro céu ao ponto da exaustão, mesmo que hajam insetos. Não quero uma vida de vetos, de promessas inconclusas, não quero mais promessa alguma, também não quero escusa, quero ser, ouvir e ver.
Quero um contato de almas que não vem com o tempo, só se vem de supetão. Quero a paixão do intelecto que há ou não há, sem meio termo ou perdão. Quero falar até cansar, deitar e rir. Quero riso frouxo de dar dor. Seja no frio ou calor, pouco importa, só quero a companhia certa, de alguém que me é capaz de ouvir e entender, mesmo sem precisar concordar. Não quero que concorde! Antes disso, a morte! Quero só um mundo-bolha, onde nada mais há, por aqueles efêmeros momentos, além de duas pessoas despidas de todas as máscaras. Quero poder falar a verdade uma vez mais, como quando era criança, mas sem medo de castigo. Quero ter este momento contigo, e por ora, com ninguém mais. Pois este negócio de alma, afinidade, é tudo complicado. Mas dizem que se o santo bate, é pra ser. Não quero uma eternidade.
Quero pois tudo que é fugaz, que vem e vai, passa e não volta mais. Mas quero viver a efemeridade enquanto durar. Quero estes momentos-bolha flutuantes e voláteis, que a qualquer momento estouram, e nos levam pro mundo vulgar e voraz.
Liberdade é ser ridículo, e ser feliz é ser livre. Troco tudo dessa vida, mas por Deus ou o que for, não me prive, de ser livre uma vez mais. Isso é coisa para hoje, amanhã a bolha estoura, e uma vez mais, sem demora, botamos a máscara, terno e gravata, deixamos tudo que é nosso para trás, e vamos lá, viver o mundo, onde nunca somos nada, e sempre somos tudo que não somos.

K. O. Metzger

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