Saindo direto da fornalha da amargura, cá estou uma vez mais! Cheers!
O
Mundo-Bolha das Máscaras
O que eu
queria pra nós não é o banal e o concreto. Não quero nem mesmo o
correto. Quero tudo que é desvio do padrão. Quero olhar pro céu ao
ponto da exaustão, mesmo que hajam insetos. Não quero uma vida de
vetos, de promessas inconclusas, não quero mais promessa alguma,
também não quero escusa, quero ser, ouvir e ver.
Quero um
contato de almas que não vem com o tempo, só se vem de supetão.
Quero a paixão do intelecto que há ou não há, sem meio termo ou
perdão. Quero falar até cansar, deitar e rir. Quero riso frouxo de
dar dor. Seja no frio ou calor, pouco importa, só quero a companhia
certa, de alguém que me é capaz de ouvir e entender, mesmo sem
precisar concordar. Não quero que concorde! Antes disso, a morte!
Quero só um mundo-bolha, onde nada mais há, por aqueles efêmeros
momentos, além de duas pessoas despidas de todas as máscaras. Quero
poder falar a verdade uma vez mais, como quando era criança, mas sem
medo de castigo. Quero ter este momento contigo, e por ora, com
ninguém mais. Pois este negócio de alma, afinidade, é tudo
complicado. Mas dizem que se o santo bate, é pra ser. Não quero uma
eternidade.
Quero
pois tudo que é fugaz, que vem e vai, passa e não volta mais. Mas
quero viver a efemeridade enquanto durar. Quero estes momentos-bolha
flutuantes e voláteis, que a qualquer momento estouram, e nos levam
pro mundo vulgar e voraz.
Liberdade
é ser ridículo, e ser feliz é ser livre. Troco tudo dessa vida,
mas por Deus ou o que for, não me prive, de ser livre uma vez mais.
Isso é coisa para hoje, amanhã a bolha estoura, e uma vez mais, sem
demora, botamos a máscara, terno e gravata, deixamos tudo que é
nosso para trás, e vamos lá, viver o mundo, onde nunca somos nada,
e sempre somos tudo que não somos.
K. O. Metzger
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